A vida é uma montanha de escombros. A arte de viver é justamente reconhecer o pior que existe em cada sujeito, para que seja possível desenvolver a capacidade de suportar ultrapassar a leveza do que tange a [des]ordem do amor.
O antagônico do amor é o ódio que se nega pelo outro, sendo ambos constituído por uma dupla face de um mesmo corpo que sustenta a atemporalidade ilógica da gravidade da vida, a força fraca e a força forte que endereça o sujeito em direção à experiência com o mundo externo, atravessado pela falta do outro.
A dança das cadeiras no que implica o relacionamento, é uma maneira pueril de negar a possibilidade de cair de joelhos pela incapacidade de suportar o que o amor oferece, a impossibilidade de caber na falta [demanda] do outro.
Amar não é simples, mas é uma belezura insuportável de sentir. O amor não causa desgaste, dor ou sofrimento. O que convoca o amor a sair de cena é o narcisismo desmedido, mas sem certa dose de narcisismo é impossível que o amor se sustente e atravesse a dupla amorosa. O amor nasce na capacidade de sustentar a frágil linha da singularidade.
Em última pontuação, completo a reflexão com uma implicação da psicanalista Ana Suy, “Amor é aquela coisa que, por vezes, quando sobra, é porque está faltando”.
Abraço,
Maicon Vijarva
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