É ilusão, uma mentira
bem contada e vendida com aparência de verdade. A vida que se espera nunca vai
acontecer, exatamente pela sua localização na posição de espera, de justificar
o injustificável, de viver na sombra do que deu errado. A obviedade está escancarada,
só não vê quem não quer: não existe uma receita explicativa de como deve ser
feito, ou melhor, de como o sujeito deve se sentir quando algo dá errado.
O mistério surpreendente
é pensar o que se pode, diante do impossível, inventar quando algo falha ou
emperra o pé fazendo com que tropecemos em nós mesmos. Essa coisa de viver é um
risco. Nada é muito certo. Quase sempre insistir é uma aposta que arde as
bochechas, embrulha o estômago e numa esperança faz sorrir das atrocidades que
cometemos com nós mesmos, por medo de realmente dar conta do planejado.
O percurso do outro é
sempre visto com um olhar invejoso, de sorte, porque só se deseja enxergar a
casca do resultado e não a essência do percurso catastrófico. O medo do futuro
muitas vezes, quase sempre, paralisa o sujeito entre o que se foi e o que talvez
nunca virá, justamente por estar impregnados dos fantasmas da palavra: “se”.
A ilusão é um prato
requentado: não mata mas mantém a vontade [desejo] de vida enganada. A vida que
se deseja é aqui, no movimento de invenção em ato de pensar o que convoca o
sujeito a fazer com seu vazio, falta.
Abraço,
Maicon Vijarva
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