A vida é ramela nos olhos. Ainda ontem te vi sorrindo no ônibus, alguns minutos do desembarque no terminal. Foi quase que um sentimento terminal que me abraçou as pernas. Ou foi o coração, que me quebrou as pernas? Você tem o místico de me deixar sem oxigênio nos pulmões por dois longos minutos. Quase uma vida inteira.
Amor é teorema que nunca se completa, ele fica ali repousado em busca de uma nova face para se reinventar. Sei, eu tô avisado de que não mais existirá a junção da nossa singularidade: o laço da nossa pluralidade. Nossas vidas estão tão baralhadas de futuro, passado e presente que não sei qual via me desvia de você. Sempre tropeço em você em nome do amor.
Não vou negar, tenho apreciado a falta que tu me faz. Talvez essa falta me faz percebe que precisava de ficar mais íntimo comigo mesmo. Estive tempo demais com você. Quiçá possa ser uma questão. O que me atropela a vida é alcançar o saber que esse texto fala mais da degradação de uma intimidade com o Outro, que como garoto mimado desamparou.
Um Outro que é familiar, embora tenha a forma de um estranho que encarna em meio ao corpo e a alma produzindo uma linguagem que me faz falar de você para refletir mais sobre mim. O amor é travesti, é inconsciente sem sexo, sem corpo, sem gênero e faz da gente turbilhão.
Eu sei lá, pode ser que não seja nada disso, talvez seja tudo loucura. Pode ser que seja só um delírio Sei lá, gosto de brincar com as palavras!
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