Quando o sujeito escreve, sente um prazer que traz pulsão ao desejo. Desabrocha
em lágrimas de pura e doce necessidade de acalentar a sombra que grita por
respostas. Não raro são as noites em claro, na busca de letras e palavras que,
de alguma forma, expressem o que é impossível de ser dito. É o som dessas palavras, que
não saem, e que fazem ecoar na garganta [entaladas] a sua melodia oculta.
As palavras gritam por um significante,
num tom qualquer de discurso que as libertem. Há palavras que não dão conta de emitir sons e se faz [por quê não dizer corporifica-se?] pela escrita, por
carregar peso que atravessa a linguagem com significados, sentimentos, que ao dizê-las, emitem
um som descontrolado e avassalador, e que ao ouvi-las pode custar à paz ao sujeito.
Às vezes é preciso reorganizar todas essas palavras em nós, na tentativa de preservá-las dos abutres insensatos que nos habitam, na espera de uma oportunidade
de atacar. São palavras preciosas, que se afogam no mundo caótico,
na busca de encontrar o sujeito que possa ouvir e sentir.
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