Afogado na imaginação, perdido em devaneios de pensamentos já
afastados da realidade. O passado se faz tão presente quanto o presente nas
linhas da consciência, que a dor que se fomenta na divisão entre o passado e
futuro, impulsiona o inconsciente a realizar seus processos mais instintivos e primitivos.
Dessa luta nasce o desejo de se deixar ser levado e guiado
somente pelo princípio do prazer, já que é o único meio aparente que salienta a
paz interior. É plausível o esforço que fazemos para manter o contato com o
outro, mexemos a todo tempo em nós, ajustando nossas crenças, estereótipos e
persona, para satisfazer o outro, a sociedade. Não. A realidade é que, às vezes, para produzir o prazer é
necessário que haja o outro, pois ele será o sinal de que tudo está bem ou que irá
ficar, por fim, o outro é apenas a segurança que não estamos sós.
A necessidade de ser e estar, não seriam possíveis se não houvesse o outro, a plateia, mesmo que esta seja imaginária, é unicamente necessária para que haja brilho na fantasia.
Não é tão fácil se desligar daquilo que nos mantém na realidade, nos mantém afastados da solidão que nos obriga a pensar. A mudança precisa de "doses" de solidão e egoísmo. O ser humano precisa estar em equilíbrio, é necessário saber os limites para seus sentimentos.
O egoísmo
está presente na vida do humano desde do primórdio de sua existência, bem como todos os demais sentimentos bons: amor, compaixão etc. No entanto, temos uma ideia do que seja amar, cuidar, proteger. Mas será que
sabemos lidar com o nosso pior? Qual a nossa responsabilidade com o efeito da sombra do outro em nós?
Sigamos à pro-cura de um saber que dê conta da angústia que é [re]pensar-se a si mesmo.
Muito bom o texto, impecável como sempre! =)
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