Melanie Klein escreve, em seu
livro A Importância da formação de
símbolos no desenvolvimento do Ego (1930), que a capacidade de formação de
símbolo é o que permite estar ligado ao ausente. O símbolo é o vinculo afetivo
com o real; o que integrará e desenvolverá o ego em sua estrutura e posição topográfica na mente.
Podemos exemplificar, como, por
exemplo, quando vemos o símbolo de um time de futebol. Não vemos o time, mas,
sim, somos remetidos ao que podemos obter de impressões desse time. O símbolo é
o que sustenta o vinculo na impossibilidade da confirmação sensorial. É aquilo
que perfaz os caminhos de nossa bagagem cultural, enquanto não podemos
confirmar no real externo através dos órgãos dos sentidos. O que está na mente
antes de chegar, ou depois que já foi real.
Segundo Martino (2011), o
exercício de simbolizar é algo dinâmico, que se transforma constantemente e,
dessa forma, é invariavelmente mutável enquanto símbolo. O eu é construído e constituído através de símbolos e por meio deles
faz sua manutenção. Assim, somos feitos de símbolos. Importante seria ressaltar
o risco presente na incapacidade de simbolização, quando é relacionada à
concepção de vida.
v Símbolo, e seu conceito:
v Objeto transicional:
Segundo Winnicott (1978), que introduz o conceito de fenômeno transicional referindo-se a primeira tentativa de
reconhecimento e possessão de algo que existe fora do eu. O objeto transicional
tenta ser um substituto para o seio, o que, em um primeiro momento, pode ser o
dedo polegar, acompanhado de um pedaço de cobertor ou de lençol. Isso tudo faz
parte dos fenômenos transicionais. Algo que amenize a falta do seio, sobre tudo
na hora de dormir, ou quando a criança tem de ficar sozinha. O autor descreve
os fenômenos transicionais como sendo uma fase muito importante no
desenvolvimento da relação com o símbolo. Este objeto especial é dotado de
ambivalência, por simbolizar o objeto parcial. Sendo assim, ele não é o seio
real, mas, sim, ao mesmo tempo, representa-o simbolicamente.
Em um ensaio que
precede o teste de realidade, Winnicott (1978) atribui a uma perturbação no
desenvolvimento emocional ou mesmo a intervenção da ausência do objeto transicional.
Quando fala da mãe-ambiente propõem um lugar seguro para cultivar a ilusão e
uma forma tranquila de desiludir-se. O bebê imagina um seio e a mãe coloca-o
exatamente onde (e quando) o bebê está pronto para criá-lo. Registra-se a ideia
que existe correspondente externo (na realidade) para sua capacidade de criar
(fantasias-internas).
Maicon José de Jesus Vijarva
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