4.4.12

Símbolo e sua importância nas fases do bebê



             Melanie Klein escreve, em seu livro A Importância da formação de símbolos no desenvolvimento do Ego (1930), que a capacidade de formação de símbolo é o que permite estar ligado ao ausente. O símbolo é o vinculo afetivo com o real; o que integrará e desenvolverá o ego em sua estrutura e posição topográfica na mente.
             Podemos exemplificar, como, por exemplo, quando vemos o símbolo de um time de futebol. Não vemos o time, mas, sim, somos remetidos ao que podemos obter de impressões desse time. O símbolo é o que sustenta o vinculo na impossibilidade da confirmação sensorial. É aquilo que perfaz os caminhos de nossa bagagem cultural, enquanto não podemos confirmar no real externo através dos órgãos dos sentidos. O que está na mente antes de chegar, ou depois que já foi real.                
             Segundo Martino (2011), o exercício de simbolizar é algo dinâmico, que se transforma constantemente e, dessa forma, é invariavelmente mutável enquanto símbolo. O eu é construído e constituído através de símbolos e por meio deles faz sua manutenção. Assim, somos feitos de símbolos. Importante seria ressaltar o risco presente na incapacidade de simbolização, quando é relacionada à concepção de vida.
v Símbolo, e seu conceito:

v  Objeto transicional:
                 Segundo Winnicott (1978), que introduz o conceito de fenômeno transicional referindo-se a primeira tentativa de reconhecimento e possessão de algo que existe fora do eu. O objeto transicional tenta ser um substituto para o seio, o que, em um primeiro momento, pode ser o dedo polegar, acompanhado de um pedaço de cobertor ou de lençol. Isso tudo faz parte dos fenômenos transicionais. Algo que amenize a falta do seio, sobre tudo na hora de dormir, ou quando a criança tem de ficar sozinha. O autor descreve os fenômenos transicionais como sendo uma fase muito importante no desenvolvimento da relação com o símbolo. Este objeto especial é dotado de ambivalência, por simbolizar o objeto parcial. Sendo assim, ele não é o seio real, mas, sim, ao mesmo tempo, representa-o simbolicamente.

              Em um ensaio que precede o teste de realidade, Winnicott (1978) atribui a uma perturbação no desenvolvimento emocional ou mesmo a intervenção da ausência do objeto transicional. Quando fala da mãe-ambiente propõem um lugar seguro para cultivar a ilusão e uma forma tranquila de desiludir-se. O bebê imagina um seio e a mãe coloca-o exatamente onde (e quando) o bebê está pronto para criá-lo. Registra-se a ideia que existe correspondente externo (na realidade) para sua capacidade de criar (fantasias-internas).


Maicon José de Jesus Vijarva

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