6.4.12

Fases do desenvolvimento Libidinal


              Em seus primeiros processos na etapa da vida ao nascer, o bebê não se diferencia da mãe: há uma forte ligação entre eles, como se ambos fossem um só. A comunicação dá-se, principalmente, pela boca, ou seja, pela sucção do leite, com isso necessita estar em um ambiente propriamente seguro, pois o bebê sente-se bem, quando suas necessidades orgânicas internas estão sendo saciadas através da amamentação, momento no qual, sente-se seguro e calmo, também, quando é acariciado e aconchegado ao colo.
- Sigmund Freud denomina a essa etapa de “fase oral”

              Visto que a boca do bebê é a parte do corpo mais sensível, é nela que se dá a primazia dos sentimentos libidinais, coincidindo com suas necessidades de nutrição. Porém, não é só a boca única parte do corpo na qual ocorre essa libido: o bebê sente, também, a necessidade de ser acariciado por todo seu corpo, de sentir-se desejado pela mãe. Durante esse processo de seu primeiro ano de vida, desde que tudo ocorra bem, o bebê descobre fortuitamente seus genitais sentindo prazer ao tocá-los.
              Observamos o quanto é normal os bebês manejarem seus genitais assim que suas mães retiram-lhes a fralda, seu habito de chuparem os dedos ou a chupeta, quando já desenvolvida sua coordenação motora para isso, o desejo de morder, tudo isso é um representativo de prazer em sua zona oral.

              Já em sua segunda fase, denominada, por Freud (1980) como fase anal, observamos o grande prazer que a criança demonstrava na região anal, se desligando parcialmente de suas necessidades orais, com isso passando a se concentrar em outras atividades recém-adquiridas nesta segunda fase. 
             Ela já consegue andar e explorar melhor o ambiente em que vive. É nesta etapa que é dada muita atenção às partes genitais, pois é nessa fase onde se adquire o controle do esfincteriano, ou seja, expelir e reter suas necessidades. Essa fase é dada como essencialmente em um período de esforço de independência e separação da dependência, e do controle dos pais. A aceitação dos pais quanto àquilo que se produz. 

O objetivo é o do controle do esfíncter, como citado antes, a criança sente sem controle excessivo (retenção fecal), ou até mesmo a perda desse controle ao se sujar, ela junta as suas tentativas de autonomia e independência, e se sente sem medo ou vergonha de sua perda de controle. Revela-se um valor simbólico das suas produções anais, a criança descobre o objeto que se do seu interior que, de certa forma, faz parte dela. Assim como em outras fases, sobrevêm sentimentos básicos nessa fase que perturbarão nas etapas posteriores da vida. Freud (1980) considera a retenção das massas fecais uma excitação masturbatória da zona anal.
                 Nesta mesma fase é que se instalam, por meio da fixação, patologias como é o caso das neuroses obsessivo-compulsivo. Essas neuroses apresentam um sintoma unido à compulsão da limpeza e organização, assim como avareza, já que reter ou soltar é algo que define a aceitação, adesão e amor aos pais. Com isso a criança ama e ao mesmo tempo teme, as substancia que saem de seu corpo, onde estão sujeitas a obscurecer-se devido ás proibições dos adultos. A criança busca nas substancias como areia, água, terra, os substitutos e permitidos das fezes e urina, na simbologia utilizada por Melanie (1975), no desenvolvimento do ludo-terapia, técnica de analise do “brincar da criança”. 
              Freud (1980) batiza essa fase como sádico-anal, já que se estabelece desde a fase precursora, como, por exemplo, o surgimento dos dentes, o desvio da pulsão de morte para o externo, e, unida ao papel sexual, apresenta-se como sadismo. O ato de evacuar organicamente coincide com a experiência de expelir sentimentos desprazerosos ou desconfortáveis.  Com isso o prazer está unido ao domínio e controle de si mesmo e simultaneamente do outro, estabelecendo padrões de um funcionamento mental.                                                                                                                    
              Nessa fase já é bem provável a demonstração à polaridade sexual e o objetivo alheio, mas, ainda, falta a organização e a subordinação à função reprodutora. Acreditamos que nessa fase que se decorre o desenvolvimento de sua autonomia pessoal.
                                                                                                                       
              Particularmente passaríamos dessa fase para a fase que Freud (1980) batizaria de “fase Fálica”, porém não vou deixar de citar aqui um dos estudos de Martino (2011) que vem propor que antes da “fase Fálica”, temos a fase que ele denomina de Fase Uretral, ou seja, essa fase propõe a pensarmos no estágio transicional entre as fases, anal e fálica, esse seria o caminho da erotização que perpassa do sadismo referente à região anal para região genital. O erotismo uretral, no entanto, pressupõe ao prazer no urinar e ao prazer na retenção uretral, análoga a retenção anal.
              A perda como controle uretral, assim como uma enurese (micção noturna) é um problema constrangedor e difícil para a criança, podendo frequentemente ter um significado regressivo que reativa o processo dos conflitos anais.

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