@jeremyispainting |
23.1.21
NOTA SOBRE O EQUÍVOCO: TODAS AS RESPOSTAS ESTÃO DENTRO DE VOCÊ
4.8.20
DEIXA "CAIR" TEMPOS REPRESADOS EM PALAVRAS
Quando pensamos a clínica a partir desta perspectiva, é possível notar que quando o analisante se permite pôr-se à prova, a associação livre dança livremente como uma criança que começa a dar os primeiros passos firmes por estar deslocada do olhar do desejo do outro; é na ausência, na distração, na falta, no deslize do olhar de expectativa que se começa a caminhar sem dar conta de que esteja avançando.
Dito isto, retorno ao termo fallen, que faz mais sentido relendo os fundamentos da clínica de Freud. Posto que, quando o sujeito fala livremente - conforme constitui a regra fundamental da psicanálise - em análise, ele deixa “cair” tempos represados em palavras que mostram sempre não-toda e que causam um barulho interno que chega a coçar as orelhas e a ponta da língua.
Ao tentar traduzir o que caiu, o sujeito tenta catar as ocorrências daquilo que corre (escorrega) no não dito de uma palavra. O que causa susto não é a palavra que cai de sua boca, é o que escapou junto e que não foi possível de nomear. Não é porque não foi possível dar nome, que aquilo deixa de se escrever. É através desse atravessamento à queima roupa, que o sujeito inicia o seu trabalho, que sente coragem de arregaçar as mangas mesmo com medo do que pode encontrar pela frente.
Em tempos onde borbulham a possibilidade de análise online, é sempre importante retornar aos artigos de Freud. O pai da psicanálise em nenhum de seus artigos deixou o passo a passo de como aplicar as técnicas da psicanálise, talvez por saber que muitos poderiam vestir sua camisa sem questionar a impregnado de um estilo que nela se encontra. Talvez por isso, Freud orientou com pinceladas para que cada novo analista ou psis, orientados por sua teórica, pudessem criar um estilo próprio orientado pelos princípios básicos da psicanálise, para que o essencial de uma análise pudesse nascer: o acolhimento à escuta da singularidade e como ela se transforma a cada nova sessão.
Portanto, o mais importante de um processo psicanalítico é o analista promover um continente para conter a dor e a alucinação do analisante, para que assim, ele possa respirar e reconhecer aos poucos fragmentos do seu próprio discurso. Para que isso possa acontecer, é fundamental que o analista exercite o movimento de sem desejo, sem memória, sem compreensão, para que os ruídos teóricos não contaminem a sua atenção flutuante na escuta da singularidade de cada analisante.
24.7.20
A NOCIVIDADE DO "QUERER AJUDAR"
Essa é uma pergunta importante, que se impõe no início de uma entrevista de demanda de análise. Ao levarmos ao pé da letra essa questão, novas perguntas nascem. E fica muito claro que “querer ajudar” no processo de análise é totalmente nocivo para quem procura uma análise. O analista deve estabelecer princípios básicos: o ambiente com suas características, quais critérios utilizar para aceitar ou não uma demanda de análise. Tais princípios vão orientar sua prática, oferecendo segurança para que possa desenvolver seu trabalho clínico.
Quando o analista não está em dia com o tripé psicanalítico: análise pessoal, grupo de estudos e supervisão, cederá a demanda do analisante de “querer ser ajudado”, que ao invés de contribuir com uma mudança catastrófica eficiente, irá causar ainda mais estragos na vida de quem deseja desesperadamente salvar-se de si mesmo.
E nos casos de crianças? Os pais é que são o pano de fundo responsável. Pais que não querem largar o osso dos hábitos arcaicos para lidar com a mudança que uma análise exige, de imediato podarão qualquer efeito analítico que possa ocorrer na criança. Por isso é importante que o analista que inclua na sua clínica a psicanálise com crianças, esteja avisado que numa análise com criança os pais tem seu lugar significativo e sem eles orientados, podem amarrar ou podar uma análise por inveja em desejar estar no lugar das crianças e sentir seus efeitos.
O analista deve sempre se calar e esperar quando o sujeito ainda não está disposto a largar do osso de seus hábitos cômodos, para se responsabilizar por sua análise: estar disposto ao trabalho analítico de ser acolhido pelo ambiente e, assim, maduro para a escuta de si mesmo e da palavra do analista.
Sem levar em conta esses questionamentos, um analista apenas irá promover uma mudança catastrófica doentia por desejar posicionar o analisante sob a conduta de sua ética que não terá nenhum efeito a não ser se contaminar com a insatisfação apresentada pelo analisante para toda sua clínica, desmerecendo todo seu trabalho desenvolvido durante sua vida.
23.7.20
ÀS VEZES AVANÇAR É SOLTAR AS RÉDEAS E SE DEIXAR ULTRAPASSAR
22.7.20
A ANGÚSTIA E SUAS POSSIBILIDADES DE CRIAÇÃO EM NOSSO TEMPO
22.5.20
NOTAS À DERIVA
Na melhor das hipóteses, aprenderemos que nossa maior riqueza é a nossa falta, e que desse lugar de faltantes podemos aprender a criar vida diante disso que nos convoca a escrever história atravessados de nossa própria estória: que escapa aos dedos e a razão: viver.
14.5.20
NUMA QUIETUDE OBRIGATÓRIA, VIVER É UMA QUESTÃO
17.3.20
#naoresenha Livro A CAUSA DOS ADOLESCENTES
6.2.20
FEVEREIRO
deixe-me roubar-te um pouco do seu mundo,
vem conhecer um pouquinho do meu?
AFINAL É FEVEREIRO.