Ernesto Artillo |
Amar é tarefa difícil, não amar é cataclísmico. Amar é desejar ser amado, embora se insista quando o outro falta. Mas o amor não se sustenta apenas pela falta de um, é necessário que o outro coloque sua falta em jogo. Quando ambos desejam amar, e não apenas ser salvo pelo amor do outro. Amar é ceder algumas vezes para compreender que o vazio do outro também precisa de amparo. Amar não se trata de amenizar o desamparo do outro, mas esse desencontro no encontro do amor possibilita tocar o mais criativo que existe, porque amar toca o que nos inquieta: a vida. Por isso que amar sempre beira o caos, é na ralação da experiência de inventar o amor que se aprende novas formas de amar a mesma pessoa e, mais ainda, a amar a si mesmo atravessado do que resta da experiência de insistir no amor. O outro nos salva de amá-lo como a nós mesmo, para que se possa reconhecer as novas formas de amar para além de nós, a do outro que nos possibilita conhecer o vazio e falta que nos habita e faz sintomas.
Maicon Jesus Vijarva
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