“... Um egoísmo forte constitui uma proteção contra o adoecer, mas, num último recurso, devemos começar a amar a fim de não adoecermos, e estamos destinados a cair doentes se, em conseqüência de frustrações, formos incapazes de amar...” (FREUD, 1914, p. 92).
Quando nos propomos a pensar, certamente, faz-se necessário
mais de uma pessoa.Visto que, um só indivíduo dificilmente conseguiria pensar,
no máximo imagina. Em grupos terapêuticos essa perspectiva é muito
enriquecedora. Mas antes de todo desdobramento do grupo-terapêutico, o atendimento
individual, que podemos pensar como “Acolhimento individual”, é uma proposta
oferecida como meio para conhecer a história do paciente, saindo do
pr(é)conceitos diante da fala do paciente, no qual é um veneno para pesquisa
terapêutica, que relata um diagnóstico desprovido de contribuição e tratamento.
O acolhimento individual é uma intervenção interessante,
quando pensamos como uma forma de captar por meio da escuta, o universo do
paciente. Com um colóquio bem estruturado, é possível coletar ricas informações
históricas do paciente, trazendo a superfície questões de vínculo: se existe
uma influência mútua entre o indivíduo, seus familiares e a sociedade. Esse
primeiro contato, sendo suficientemente bom, tanto para o familiar quanto para
o indivíduo analisado, pode enriquecer ainda mais na elaboração da autonomia do
pensar do deste último, na reflexão sobre os amores e dissabores da sua vida.
Deste modo é possível analisar sua fala e correlacioná-la aos aspectos clínicos
que o levaram à instituição/clínica.
O sofrimento psíquico e, em outros casos, físico, é muito
presente na clínica/hospital psiquiátrico. No entanto, esse quadro não limita
os profissionais, uma vez que o grupo, além do acolhimento individual, intervém
nesse sofrimento, levando os pacientes a interagir, buscando meios subjetivos e
sociais, para compreensão do seu tratamento, impulsionando a elaboração da sua
autonomia. Há casos crônicos, que levam a internações consecutivas do paciente,
mas até mesmo este paciente crônico é humanizado, encorajando-o a criar meios
independentes e estimulando a estruturação do seu ego; levando-o a uma vida
psíquica cada vez mais saudável. Essa estimulação ocorre quando é acolhido pelo
grupo-terapêutico.
Na teoria, as palavras são mais fáceis de ser imaginada, é
um sistema fantástico, bem como o SUS e outros projetos de apoio à sociedade na
área da saúde, mas não deixemos de levar em conta que na prática é preciso que
todos inseridos sejam cooperativos, para que o sistema da saúde ocorra de forma
satisfatória, claro que podem ocorrer eventualidades, mas é necessário sermos
“pacientes” para humanizar todas as falhas que ocorrerem. Contudo, os
psicólogos junto com a equipe multiprofissional podem oferecer ao paciente,
meios para que seu sofrimento durante e depois do tratamento, sejam amenizados,
com informações de sua doença e tratamento.
É evidente que, dentro dos grupos desenvolvidos em uma
Instituição, os estímulos do meio são múltiplos e levam o indivíduo ao contato
com outros indivíduos no mundo externo, que é sugerido à ele, devido ao meio
social vivido, considerando eu que é cada vez mais difícil “ser” individual
dentro do grupo-terapêutico, sendo assim, um processo saudável para todos os envolvidos. Mesmo que seja sabido, que o desenvolvimento cognitivo
do ser humano implica em suas experiências e entendimentos internos, isso é um
fato – as exigências do meio.
Além disso, a relação entre o psicólogo, a equipe
multiprofissional e o paciente dá-se a partir da entrada do indivíduo na
instituição. Porém, é no calor do desenvolvimento das atividades terapêuticas,
que o indivíduo que antes se encontrava isolado de outras pessoas e, estando em
um momento difícil na sua vida, começará a se sentir valorizado pelos outros
pacientes, através do acolhimento e participação nos grupos terapêuticos.
A partir de uma das várias observações dos grupos
terapêuticos, foi possível concluir que o grupo observado “Conta Outra”
proporcionou um ambiente favorável para as manifestações dos conteúdos
encobertos. O grupo tem ajudado os pacientes a expressarem suas histórias de
vida, por meio da escrita, e, em outras, por meio da fala, como uma forma de estimular a busca do conhecimento
de si mesmo. Com isso se percebe que os pacientes estando num ambiente
em que recebem atenção, sentindo-se acolhidos, são aguçados a sensibilidade na escuta do integrantes do grupo, estando mais motivados a executar as atividades, como também, falar sobre as suas
vivencias e da sua família, ajuda-os a desenvolver a capacidade de autonomia, com
tendência a mostrar uma capacidade maior de interação junto ao grupo.
Fica evidente a importância do papel do
psicólogo e da equipe multiprofissional trabalhando em seus projetos em comum, mediando
relações pessoais dos integrantes do grupo. Por conseguinte, tendo em vista as
vivências dessa pesquisa, foi possível concluir a importância da escrita como
estímulo a descoberta que cada um pode produzir, quando encontram como elementos
positivos, a empatia, o acolhimento e a compreensão no interior das atividades
terapêuticas.
Assim, concluo este texto com a seguinte frase:
Assim, concluo este texto com a seguinte frase:
"Só o amor pode curar as feridas da Alma".
Olá Maicon, tudo bem? Passei por aqui e gostei muito de seu blog; agora sou sua seguidora. Gostaria de convidá-lo para conhecer meu blog Nupsea: http://exerciciosdependentesquimicosedepress.blogspot.com.br/. Caso goste seria uma honra tê-lo como nossa seguidor.
ResponderExcluirParabéns e sucessos com seu blog.
Bjs
Eliane