A
partir do aparato da Psicanálise, a proposta aqui será uma forma de
contribuição para com a os achados da linha psicanalítica. Por conseguinte,
esta contribuição baseia-se em todos os seus aspectos no paradigma de
conhecimento que devemos a Freud (1899) e Melanie Klein (1926) e alguns outros
seguidores. A psicanálise consiste em dois (2) modelos, sendo eles:
Primeira Tópica:
Apresentamos uma visão
topográfica do aparelho psíquico – a profundidade e a elevação –, a parte do elemento
da mente mais profunda encontra-se o inconsciente, consequentemente, a parte do
elemento mais elevado encontra-se no consciente.
Segunda Tópica:
Trazemos o segundo vértice, sendo
um espectro positiva da topografia citada na primeira tópica. Incide em uma
visão estrutural do psiquismo. Seguindo nossos estudos, falaremos dos sistemas
que precisão ser equilibrados em nosso desenvolvimento: Id, Ego e o Superego.
1. Introdução:
No
entanto, a primeira tópica foi inspirada na análise do sonho e da histeria,
será sucedida, após 1920, por uma segunda tópica, elaborada em resposta aos
problemas da psicose, que abrange o id, ego e superego. Assim sendo, da
primeira, Freud dizia ter um valor descritivo, na segunda reconheceu como um
valor sistêmico. Logo, Freud insatisfeito com o modelo topográfico, porquanto
esse não conseguia explicar muitos fenômenos psíquicos, em especial os que
emergiam na prática clínica.
Freud elabora uma nova concepção, e, em 1920, mais
precisamente a partir do seu importante trabalho metapsicológico “Além do princípio do prazer”, ele
estabelece sua clássica concepção do aparelho psíquico, conhecido por modelo
estrutural (dinâmico), tendo em vista que a palavra “estrutura” significa um conjunto de elementos que separadamente tem
funções especificas, mas que são indissociados entre si, interagem e
influenciam-se reciprocamente. A segunda tópica é de modo eminente ativa,
dinâmica. Essa concepção estruturalista consiste em uma divisão tripartite da
mente em três instancias: Id, Ego e o Superego.
2. Id
ou Isso:
Esse
foi um termo introduzido por Georg Groddeck em 1923, que definia como uma
vivência passiva do indivíduo, confrontado com forças desconhecidas e
impossíveis de dominar, e conceituado por Sigmund Freud no mesmo ano, a partir
do pronome alemão neutro da terceira pessoa singular (Es), assim designar uma
das três instancias da segunda tópica freudiana, ao lado do ego (eu) e do
superego(supereu). O id (isso) é concebido como um conjunto de conteúdo de
natureza pulsional e de ordem inconsciente.
O
Id é uma parte indomável do ego (eu), deseja a satisfizer o seu prazer,
constitui o pólo pulsional da personalidade. Estando seus conteúdos, expressão
psíquica das pulsões, no inconsciente, por um lado é hereditário e inato e, por
outro, recalcados e adquiridos. Quando o Id se exterioriza, é assustador.
A
libido nasce do Id, e é um reservatório inicial da energia psíquica, abrigando
e interagindo com as funções do ego e com os objetos, tanto da realidade
exterior, como aqueles que, internos, habitam o superego, com os quais vivem em
constante conflito, contudo, não raramente, o id estabelece alguma forma de
aliança e conluio com o superego, porém, tem suas diferenciações a partir da genética.
Bem como citado anteriormente, o id é regido pelo princípio do prazer, logo
pelo processo primário, nos recordando do modelo topográfico, o inconsciente,
como instância psíquica coincide com o id, o qual é considerado o pólo
psicobiológico (somático), funcionalmente constituído pelas pulsões, podendo
manifestar-se por todo corpo.
Nesta
perspectiva, dizemos que a mente é o continente do pensamento que é o conteúdo,
tendo autonomia de adiar a ação, ou seja, pensar antes de agir. Se o aparelho
mental estiver maduro, tendo sua capacidade desenvolvida, o id se manifestará
com menos frequência, pois o id consiste à forma agressiva da mente,
manifesta-se de dentro para fora.
3. Ego
ou Eu:
Freud
descreve o ego como uma parte do Id, que por influência do mundo exterior,
ter-se-ia diferenciado. O princípio de realidade substitui o princípio de
prazer. Enquanto o Id é regido pelo princípio do prazer, o ego é regido
princípio da realidade, tendo grande associação com a simbolização.
O ego está
numa relação de dependência tanto para com as reivindicações do id, como para
com os imperativos do superego e exigências da realidade. Ainda que apresente
posição como mediador, designado dos interesses do todo da pessoa, a sua
autonomia é apenas relativa. Se o Id conseguir concretizar suas fantasias,
consequentemente passa a ser ego. Por conseguinte, quanto mais o ego poder
simbolizar, mais estruturado se torna.
É
o ego que tem sua representação eminente, no conflito neurótico, o pólo
defensivo da personalidade; colocando em jogo uma série de mecanismos de
defesa, estes motivados pela percepção de um afeto desconfortante – sinal de
angustia.
O
ego tem como seu orientador a percepção, percebendo quando e como as coisas
irão acontecer e como proceder na situação, têm dois modelos de importantes
dentro do ego, o instinto – é aquilo indomável -, e a pulsão – é aquilo que
pode ser contido.
4. Ideal
de Eu:
Essa
subestrutura - idealich no original
alemão - está diretamente conectada com o conceito, mas genérico, de superego. Resulta dos ideais do
próprio ego ideal da criança, os
quais, altamente idealizados, são projetados nos pais, onde se somam aos
originais princípios provindos do ego
ideal de cada um deles, de modo que o ideal
do ego pode ser considerado “um
herdeiro direto do ego ideal”.
Dessa forma, o sujeito fica submetido às
aspirações dos outros, em analogia ao que ele deve ser e ter. Daí procede que seu estado mental prevalente é
o de um permanente sobressalto e o fácil acometimento do sentimento de
vergonha, quando não consegue corresponder às expectativas dos outros, que
passam a ser também suas.
Freud
cita sobre o narcisismo: uma introdução em 1914, onde diz que o fanatismo, a
hipnose ou o estado amoroso representam três casos nos quais um objeto
exterior, respectivamente: o chefe, o hipnotizador e a pessoa amada vão ocupar
o lugar do ideal do ego no próprio ponto onde o sujeito projeta seu ego ideal.
5. Superego
ou Supereu:
É uma das instâncias da personalidade tal como Freud a
descreveu no quadro da sua segunda teoria do aparelho psíquico: o seu papel é
assimilável ao de um juiz ou de um censor relativamente ao ego. Freud vê na
consciência moral, na auto-observação, na formação de ideais, funções do
superego.
Classicamente, o superego é definido como herdeiro do
complexo de Édipo; constitui-se por interiorização das exigências e das
interdições parentais. Certos psicanalistas recuam para mais cedo à formação do
superego, vendo esta instância em ação desde as fases pré-edipianas (Melanie
Klein) ou pelo menos procurando comportamentos e mecanismos psicológicos muito
precoces que seriam precursores do superego (Glover, Spitz, por exemplo).
O superego é atuará em sua grande totalidade como
juiz, tudo precisará do seu crivo. Certamente, quando o ego precisar agir,
sempre estará em juízo do superego, que dirá o que deve ou não ser feito, caso
algo de errado, o superego, sempre estará pronto para culpar o ego.
Analisando as teorias, é possível notar que o eu pode incorporar o Superego, por
conseguinte, se transforma em um ditador ou se torna um psicopata, sendo
dominado tão-somente pelo ego, distante de quem lhe imponha limites.
Por outra visão, podemos citar a critica a razão pura
(1781), Freud se inspirou nessa obra para compreender o superego. Visto como o
princípio da sociabilidade, na orbita de que todos precisam de regras para
viver em sociedade, no ponto de vista faz-se à moral. O ético faz-se o ego,
quando o superego se ausenta da capacidade de agir, projetará a culpa no outro,
assim, podendo se livrando da culpa de ter cometido algo de errado, não ético.
Percebemos, então, que o superego não propõem escolhas
– sendo destruidor da fé -, sendo assim, muitas vezes o percussor da obsta das possibilidades. O superego é o
repressor do Id – reprimindo suas aparições. Facilmente damos forma ao
superego, principalmente nos dias atuais, o contexto social – sociedade – propõe
um ideal de cidadãos, para que assim exista uma sociedade de bem, cidadãos de
bem.
O
superego é o herdeiro do complexo de Édipo, permanece desejando o objeto sem
poder tê-lo, estando condenado por isso. Só podemos deixar de desejar se houve
à simbolização. Nesse espectro, quanto
mais houver tranquilidade no processo edipiano, mais facilmente formará a
estrutura psíquica, pois tudo que desejamos sofre um processo edipiano, por
isso, a importância do ego estar em boa estruturação.
Na melancolia, é o
superego que rege a mente do sujeito.
Não obstante, o superego transforma os sonhos do sujeito em pesadelos, é
ele que proporciona a casca, muitas vezes tornando-se tão espessa que deixa o
centro da verdade oco, abandonando a formação do seu ego.