@jeremyispainting |
Tal situação fez recordar de imediato um discurso analítico de uma paciente. Ela retratou angustiosamente, que estava espantada; desde que iniciará a análise percebia que tudo que supunha saber, era furada. Ela se sentia sem respostas para as coisas de sua vida. Ela ria dessa situação, dizendo que nunca tinha imaginado que poderia não saber tanto de si mesma e das coisas do mundo. E, por assim ser, ela iniciou uma jornada de questões sobre suas experiências.
Questões que não alcançavam uma respostas-toda. Essas não-toda resposta que nascia de seus questionamentos, que ofereciam avanço na vida, levando-a ao retorno das coisas que tinha perdido contato na infância e que, agora, a faz sentir mais gosto de vida, de viver.
Agradeço ao meu inconsciente, mesmo que traiçoeiro, de ter proporcionado tal recordação. Senti um amor danado pela paciente. Por saber que a psicanálise não nos salva do pior, apenas nos proporciona a brincar e fazer melhor com ele. Ainda bem! Sorte a nossa! Tenho medo de que todas as respostas estejam dentro da gente.
Se realmente fosse assim, estaríamos perdidos. Não poderíamos aprender com o outro, que somos bem menos do que imaginamos ser. Não teríamos aprendido a voltar atrás, reconhecendo as nossas contradições na experiência com o outro e com nós mesmos. Ainda bem que as respostas são sempre não-toda e que quase sempre não estão em nós, mas na ponte de uma experiência com o outro.
Ufa!
Maicon Vijarva