A proposta aqui, não é ensinar
para as mães, como educar seus filhos. Não. A ideia é pensar sobre o tacto
mãe-bebê, e como essa simbiose do primeiro contato é tão importante para as
demais etapas de desenvolvimento, tanto as mencionadas por Piaget como por
Freud.
Com base na filosofia, a
representação-objeto não contém mais nada além da aparência de uma
"coisa", cujas diversas "características" são denotadas
pelas impressões sensórias, obtidas de uma variedade de objetos. Em outras
palavras, o objeto-desejo é fruto de várias simbolizações desenhadas a partir
do olhar fixo do primeiro contato mãe-bebê.
Em uma hipótese, o sujeito só
pode construir um aparelho-psíquico saudável, quando esse primeiro contato, mãe-bebê,
for seguro para ele (bebê): sentir-se a mãe, e não sendo "parte"
dela.
Quando nos primeiros anos, o bebê
se sente parte da mãe, isso significa que o ambiente não está sendo
"seguro" para ele. Freud propõe que o bebê possa se reconhecer por si
mesmo, como parte da mãe, e não a mãe, mas isso não pode ser imposto a ele.
Em última reflexão, caso seja
imposta a ideia de parte e não de todo, podemos pensar um indivíduo com disfunções,
de maneira que somatizará essa mãe em seu corpo, criando mecanismos de
reparação, a construção de idealização-fixa, em que sempre buscará cuidados dos
outros, para suprir essa "parte” não elaborada. Vazio que jamais será preenchido, o que será
uma busca utópica pela realização desta falta.