A civilização por toda sua existência vem esquadrinhando um
significado-significante para sua experiência na terra. Seja na ciência, nas
provocações filosóficas, da religião, dentre outras formas. É de grande valia,
entregar-se aos cantos do compositor e cantor Gonzaguinha, em que diz em uma de
suas canções – Nunca pare de sonhar: “... fé na vida, fé no homem, fé no que
virá... nós podemos tudo, nós podemos mais...”.
Quando pensamos um significado sobre nossas vidas, é
preciso salientar uma razão enquanto cidadãos, no coletivo, para então
encontrar uma razão individual. Não sei se há resposta nessa reflexão, mas
certamente, como menciona o escritor e filósofo contemporâneo-moderno Mario
Sergio Cortella: “sábio não é o que dá respostas verdadeiras, mas o que faz
verdadeiras perguntas”.
O tempo passa diante dos nossos olhos, mas estamos tão
preocupados em agradar os outros que, na medida em que o tempo passa, acabamos
deixando o significado de nossas vidas no esquecimento, deixando de existir; e
no crepúsculo da juventude começamos a tomar consciência do quanto fomos (somos?)
ingênuos.
As questões significantes, talvez
só sejam possíveis de encontrar, quando procurarmos não agradar os outros, mas
agregar valores à humanidade. Isso. Quem sabe seja esse o significado: agregar
valores. Não no sentido de valor material – acumulativo-narcisista –, mas valor
de experiência, de saber, de conhecimento. Dar ao outro, sem ser pretensioso,
o conhecimento que nós é oferecido gratuitamente. Ensinar sem medo de ser
superado.
As observações na Psicanálise e no decorrer dos anos
pós-freudiano, na qual podemos evidenciar de Psicanálise-Psicodinâmica,
mediante muitas contribuições enriquecedoras que ocorreram. Ensina que, mesmo
nos seus mais tenros anos, o significado-significante para alguns indivíduos,
esteja na experiência traumática da infância ou na busca de superar uma
frustração vivenciada na passagem da adolescência para vida adulta, como também
em grandes desapontamentos na construção do seu eu, que provocaram
questionamentos sobre si mesmo e o mundo, originando uma busca frenética por significado
de existência, de vida.
Contudo é muito possível que nunca encontremos um
significado-significante universal, para aquecer os corações dos humanos,
nosso. Mas é pensando a dois ou mais, que encontraremos novas perguntas para
novas descobertas. Para isso, vamos sempre precisar do Outro para descobrir
novos caminhos, novos horizontes, novos significados. Segundo o psicoterapeuta
e escritor contemporâneo Renato Dias Martino: “A arte do pensar é sempre a
dois, sozinhos no máximo imaginamos”.
Enquanto houver capacidade de pensar novas perguntas,
haverá novas descobertas para harmonia de nossa mente e alma humana.
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