A proposta do tema é uma forma de contribuição para com a Psicanálise, baseia-se nas observações que pude fazer ao longo dos conhecimentos que venho internalizando, a partir do aparato da Psicanálise, com crianças e adultos. A ideia que venho propor nesse texto é a formar de como penso os processos da analise, e não estabelecer ou idealizar qualquer forma ou método de analise.
O repúdio do adulto à sexualidade da criança se expressa na ilusão de ignorá-la, regido pelo seu grande interesse em proibir suas manifestações. Deste modo, o adulto responde com mentiras às perguntas da criança e a induz a mentir, certamente criando sérios conflitos ulteriores.
Nestes casos, é de extrema importância que os pais tenham uma maior atenção com os processos do desenvolvimento do seu filho, estando preparados para ajudar a esclarecer as perguntas feitas por eles, sem mentir ou omitir informações sobre seu questionamento.
Na fase adulta é esperado viver não apenas momentos de momentos, mas sim verdadeiramente conscientes da nossa existência, uma das nossas necessidades e difícil realização é de encontrar um significado em nossas vidas.
Na vida adulta, muitos perdem o desejo de viver, perdem os sentidos, e param de tentar, porque tal significado lhes escapou. Neste contexto, o melhor é que o paciente passe por sessões de análise, sobrevindo por um processo árduo de elaborar seus conflitos da infância na fase adulta. Consiste em uma compreensão do significado da própria vida, equivale a percorrer à pontos mais obscuros dos próprios sentimentos, para que possa adquirir uma maturidade para se conscientizar e reconhecer a causa dos seus conflitos, sintomas.
Na fase adulta será possível que ocorra a abrangência madura do significado da existência, em sua experiência com si mesmo e com o mundo. É perceptível notarmos que muitos dos pais desejam que as mentes dos filhos funcionem como as suas – como se uma compreensão madura de nós mesmos e do mundo das ideias sobre o significado da vida não tivessem que se desenvolver tão vagarosamente quanto nosso corpo e mente.
Na análise, o psicoterapeuta precisará dispor de um ambiente verdadeiro e seguro para o paciente, visto que toda análise é basicamente uma tentativa de oferecer segurança para que o paciente possa por si mesmo libertar os impulsos reprimidos.
Na composição desses sentimentos reprimidos pode se descobrir escoamentos insuficientes, sendo que o ego é cobrado intensamente, uma vez que é preciso escolher entre o que ele é – Ego - e o que ele deveria ser - ideal de ego. Neste momento o sujeito vive árdua batalha entre o ego e o superego, entretanto, o paciente terá que reconhecer mecanismos íntimos para equilibrar sua vida psíquica.
Devemos lembrar que, os processos de cura do paciente só são possíveis se, por si mesmo, o paciente desenvolver recursos íntimos de modo que sua emoção, imaginação e intelecto trabalhem em conjunto e enriqueça mutualmente o sujeito na compreensão de sua própria existência. Segundo Bruno Bettelheim (1975-1976) - A psicanálise dos contos de fadas.
"Nossos sentimentos positivos nos dão forças para desenvolver nossa racionalidade; só a esperança no futuro pode sustentar-nos nas adversidades com que inevitavelmente nos deparamos."
Muito provável que esses sentimentos se estendam, ocasionando conflitos no aparelho psíquico do sujeito. Sigmund Freud (1856-1939) pai da psicanálise:
“A Psicanálise é, em essência, uma cura pelo amor”. Partindo deste referencial, o essencial para o analista é nutrir o vínculo estabelecido entre ele e o paciente, fazendo do set-terapêutico um ambiente seguro, em partes, para que o paciente venha sentir-se à vontade para expressar uma síntese dos conflitos internos e externos vivenciados por ele.
Outra contribuição é o escritor Antoine de Saint-Exupéry (1943):
"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas".
No decorrer das sessões o vínculo vai sendo construído e começa a estruturar à confiança do paciente para com o analista, sendo que este um processo árduo para ambos. O papel da psicanálise é, em sua essência, conduzir o paciente ao caminho do amor. O que traz à recordação a reflexão de uma grande amiga, Yasmini de Almeida Perissotti, que cita:
É preciso ser capaz de amar para conduzir o outro ao caminho do amor, em seu texto O ideal analista.
No entanto, para conduzir o paciente à compreensão e reconhecimento dos seus sintomas – conflitos, e não somente ser um espectador contemplando o espetáculo. Entretanto, é de ampla importância oferecer um vínculo real e verdadeiro para o paciente, para que seja possível estabelecer um ambiente seguro para que a análise ocorra de forma satisfatória.
O que nos leva a reflexão que para compreender o outro, antes de qualquer teoria, o analista necessita estar com sua análise pessoal em dia, para que possa confiar em si mesmo e proporcionar um ambiente de segurança para o seu paciente, podendo debruçar seus conflitos do dia ou semana, em cada sessão. Em algumas circunstâncias o paciente pode fazer comparações dos conflitos atuais com os vivenciados na tenra infância.
Para que a análise seja satisfatória – real, o analista deverá estar para atenção flutuante, analisando todo o processo que o paciente se utiliza para narrar os fatos de sua vida. É por isso a importância do analista permanecer atento a cada pausa e mudança de humor da narrativa do seu paciente. Enquanto o paciente fala livremente, seguro da ausência de crítica, as ideias associativas o aproxima das recordações traumáticas da infância.
O que pode oferecer algumas contribuições para a investigação da causa dos sintomas do paciente. A partir do ambiente suficientemente bom e seguro, o paciente sentira a seriedade, que possibilitará descobrir, reconhecer e valorizar o vínculo oferecido, que será a base para reflexão das manifestações dos seus conflitos internos, reprimidos.
As contribuições que o vínculo proporciona ao sujeito reviver com o terapeuta suas primeiras experiências objetais. Freud (1896) é imprescindível interpretar estas reações transferenciais, positivas e negativas, como repetições daquelas situações pretéritas.
O valor da análise intuitiva, acontece quando o analista comunica o paciente sobre seus descobrimentos, em momento oportuno oferecido pelo próprio tempo lógico da análise, possibilitando que o próprio paciente reconheça estes descobrimentos e os torne conscientes.
Por isso que o único presente que o paciente pode oferecer ao analista é trabalhar em prol a sua própria análise, oferecendo a si mesmo o gozo de elaboração dos seus sintomas, transformando em causa, que dará movimento a sua existência. O papel da psicanálise é, em sua essência, conduzir o paciente ao caminho do amor. Quando se é conduzido ao amor, o conhecer-se a si mesmo é consequência.
Coisa boa é quando a gente encontra coisa desse tipo na net. Parabéns!!
ResponderExcluirQuerida Luciana, fico muito feliz em ler essas pelas palavras. Espero poder sempre trazer algo que contribua com conhecimento para todos. Um grande abraço!
ExcluirEstou com muitos sentimentos reprimidos atualmente, que surgiram de novo, 1 ano após o termino do meu antigo namoro, e esta me afetando muito, principalmente por minha atual namorada estar em intercambio. Esse texto me ajudou muito, e vou procurar um psicanalista para poder interpretar e me conhecer melhor. Obrigado, otimo texto!
ResponderExcluirOlá, eu tenho sentimentos reprimidos desde a infância e não consigo conversar nem sobre oq me deixa feliz ou triste, isso vem me causando problemas pq meu namorado quer saber mais sobre mim e discutimos sobre isso e o fato de eu não ser carinhosa(mas é pq não consigo mesmo, até um abraço um pouco mais demorado me causa extremo desconforto).
ResponderExcluirParabéns pelo texto muito claro e objetivo
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